CARLO CARCANI

A escolha do Bugre

Carlo Carcani
20/04/2013 às 10:09.
Atualizado em 25/04/2022 às 19:33

O Guarani deve tomar hoje uma decisão importante para o restante de sua temporada e também para a próxima. Os resultados obtidos até aqui são desastrosos (queda para a Série A2 e eliminação logo na 1ª fase da Copa do Brasil), mas uma campanha de sucesso na Série C (leia-se acesso) pode amenizar as coisas e garantir um 2014 melhor para o clube. Diante de um aproveitamento tão ruim como o apresentado até agora, um fracasso parcial (permanência na 3ª divisão) ou total (rebaixamento para a Série D) não são hipóteses que podem ser descartadas.

Portanto, o Guarani precisa ser muito cuidadoso na escolha que fará agora. Ela terá reflexos não apenas na segunda metade de 2013, mas também no calendário do clube em 2014.

O Guarani trabalha com duas propostas. Uma vem sendo negociada há semanas entre o presidente Álvaro Negrão e o ex-lateral Zé Maria, que tem interesse de treinar o Bugre. O fato de Zé Maria ter tido a oportunidade de apresentar seu projeto a toda diretoria na quinta-feira é um sinal de que algum interesse pela proposta o clube tem. Recentemente, Negrão falou em uma parceria para trazer jogadores em disponibilidade no Inter e no Santos para compor o elenco na Série C. Essa proposta é a de Zé Maria, que na quinta-feira falou à diretoria que também pode trazer atletas do São Paulo. O Guarani ficaria responsável pelo pagamento de 50% dos salários desses jogadores, com o compromisso de pagá-los em dia.

A outra opção é a manutenção da parceira com o empresário Nenê Zini, com o qual a diretoria se reunirá hoje. O filho do ex-presidente Beto Zini deu suporte financeiro ao clube no início do ano e montou o departamento de futebol, trazendo profissionais como o gerente Isaías Tinoco e o técnico Branco, além de alguns jogadores. Os resultados no campo foram péssimos e a torcida reclama de influência externa na escalação. A possibilidade de uma união das duas propostas é remota porque Zé Maria já disse aos dirigentes bugrinos que, se for escolhido como técnico, caberá a ele escalar o time e selecionar os reforços.

Em virtude da queda no Paulista e dos avanços nas conversas com Zé Maria, tenho a impressão de que o Guarani vai trocar o modelo antigo pelo novo. Na teoria, seria uma boa opção, mas só o tempo dirá se Zé Maria terá mesmo parceiros para dividir os salários e trazer jogadores em disponibilidade em grandes clubes do País. Seu discurso é de que o Guarani precisa voltar a ser competitivo para ocupar seu espaço no cenário nacional.

É uma necessidade urgente, ninguém discute, mas falar é muito fácil. No início de seu trabalho no clube, Tinoco afirmou que o Guarani era um elefante preso em uma caixa de fósforos. Hoje está sobrando espaço na caixa de fósforos porque o Guarani está ainda menor do que há três meses?

Zé Maria é uma aposta que pode mudar esse quadro? Nenê Zini merece uma nova chance, depois desse início tão ruim? O Guarani tem uma escolha importante a fazer e o que for decidido nas próximas 48 horas terá efeito pelos próximos 20 meses.

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