A escolha de Nunes e o próximo 9

Há algumas semanas escrevi que o Guarani deveria fazer um esforço para manter Nunes em seu elenco, já que ele cumpriu seu papel na Série A2 — foi o artilheiro do time com 7 gols —, era querido pela torcida e um dos mais experientes do elenco. Esse cenário mudou nos últimos dias. Nunes comunicou a diretoria que pretende jogar pelo Botafogo, dirigido agora por Marcelo Veiga, o mesmo treinador que o trouxe para o Brinco de Ouro. O time de Ribeirão Preto vai disputar a Série D a partir de julho e tem o Paulistão no calendário de 2016 como atrativo para o centroavante. A opção de Nunes, seu rendimento na estreia contra o Guaratinguetá e suas atitudes durante a semana colocaram fim à admiração da torcida. A situação ficou insustentável e é certo que ele não permanecerá no elenco. Era esse o objetivo do jogador, mas a diretoria não deve, em hipótese alguma, liberá-lo de graça para o Botafogo ou qualquer outro clube. Se Nunes estivesse jogando mal, o Guarani seria obrigado a pagar seu contrato até o final do ano. É assim que funciona. Mas, no caso inverso, o que está no papel também não pode ser ignorado. Se Nunes quer romper o contrato, é evidente que o Guarani precisa ser ressarcido por isso. A diretoria reafirmou nesta sexta-feira que não abre mão da multa e essa é a postura correta. Muitos dirigentes costumam liberar atletas com o argumento de que “não adianta manter um jogador insatisfeito no elenco”. Só fazem isso porque dinheiro de clube não tem dono. Enquanto busca uma solução justa para a saída de Nunes, o Bugre já procura um outro camisa 9 para substituí-lo. O primeiro nome da lista é Magrão, artilheiro do Mogi Mirim no Paulistão com 5 gols. É um bom nome e o Guarani precisa oferecer mais um centroavante a Ademir Fonseca o quanto antes. A briga pelo acesso será árdua e não dá para perder tempo com quem não quer ajudar e nem na hora de encontrar uma nova peça para o seu lugar.