Coluna publicada na edição de 7/2/19 do Correio Popular
A passagem de Mazola pelo Moisés Lucarelli durou apenas cinco partidas. Com uma vitória, dois empates e duas derrotas em pouco mais de um mês de trabalho, o treinador deixa o clube com 33% de aproveitamento. Ele substituiu Gilson Kleina, treinador que conquistou sete vitórias e dois empates nas últimas nove rodadas da Série B de 2018 e que, evidentemente, não deveria ter deixado o clube. A negociação com o treinador no final do ano passado foi difícil e a Ponte Preta não conseguiu mantê-lo. Kleina foi contratado em um momento no qual a diretoria estava preocupada com o risco de rebaixamento para a Série C. Com o novo treinador, o acesso não veio por um ponto. O erro da diretoria foi não ter valorizado a diferença que Gilson Kleina fez no ano passado. Depois que a negociação fracassou, o clube deveria ter procurado um treinador de perfil semelhante. E Mazola não era o caso, já que ainda está em um nível inferior. Como constatar isso? É só olhar o que diz o mercado. Os últimos trabalhos de Kleina antes da Ponte foram na Chapecoense, na própria Ponte (vice-campeão paulista), Goiás, Coritiba, Avaí e Palmeiras. Os últimos trabalhos de Mazola foram no Criciúma, CRB, Vila Nova, CRB, Botafogo (SP), Paysandu e Bragantino. A diferença é clara e por isso estranho que a Ponte tenha demitido o treinador depois de apenas cinco partidas, já que o desempenho está mais ou menos dentro do esperado para um profissional com seu perfil. Além disso, ele teve apenas um mês de trabalho, com um elenco bastante reformulado. As atuações da Ponte nesse início de temporada foram decepcionantes? Sim, três delas pelo menos. Mas a diretoria esperava muito mais? Baseada em quê? Entre a torcida o nome de Mazola não foi bem recebido em dezembro. E isso aconteceu porque a arquibancada já esperava um trabalho como o que ele produziu. Não foi surpresa para ninguém. A diretoria está à procura de um novo treinador, que deve ser anunciado nas próximas horas. A Ponte já jogou fora um mês de preparação e precisa detectar, durante o restante do Paulistão, em que pontos terá que reforçar seu elenco para a Série B, a competição mais importante de seu calendário em 2019. Quanto mais experiente for o novo treinador, mais chances de sucesso terá para recuperar o tempo perdido. A Ponte fez uma aposta mais barata e agora percebe, do pior jeito possível, que não foi uma economia inteligente.