No sábado reproduzi aqui a opinião de torcedores de Guarani e Ponte Preta sobre um hipotético interesse do Red Bull na compra dos clubes. Para os dois, a venda seria interessante desde que as cores, escudos e nomes fossem preservados. Hoje, escrevo o que penso do assunto. Acredito que dentro de alguns anos todos os times das principais divisões do Brasileiro serão empresas. Em quanto tempo? Pode ser em dez ou 15 anos, em 25 ou 30... Não dá para precisar, mas a mudança será inevitável. Inevitável e benéfica, é bom frisar. Vejam o que acontece nos dois clubes de Campinas a cada eleição ou assembleia importante. Ameaças, ofensas, liminares e afins. É não é de vez em quando, é sempre.. Nesse aspecto, o avanço será enorme. Quem é dono cuida e por isso não teremos tantos “colaboradores” tomando seguidas decisões danosas à saúde financeira do clube. Isso acontece muito, às vezes por incompetência, às vezes por desonestidade. Mas vamos à parte que mais interessa ao torcedor, que é o time em si. A Red Bull é uma empresa diferente no mercado brasileiro. Nos outros casos de clube-empresa, os donos são empresários preocupados exclusivamente em obter lucro com transações. São duas metas. A primeira é revelar bons valores e vendê-los assim que possível, de preferência para o mercado externo. O segunda é comprar um jogador promissor por um valor baixo e vendê-lo pelo maior preço possível. O futebol é um negócio e lucrar não é nenhum pecado. Aliás, se nossos clubes tivessem essa capacidade não estariam endividados e não dependeriam de injeção de recursos de parceiros. Mas o Red Bull tem um diferencial muito importante. Para a empresa, o lucro também é uma meta, mas associar sua marca a um time vencedor é fundamental. É por isso que, desde 2007, o Toro tem como meta disputar o Brasileirão. E objetivos maiores virão depois. Tenho certeza que a torcida de Bragança Paulista terá a partir de agora times mais competitivos e verá um futebol mais bonito. Vai celebrar feitos dos quais nunca se aproximou. O novo time da região frequentemente chegará à frente de Ponte e Guarani em várias competições. Acredito que por muitos anos os times da cidade terão que conviver com os problemas que as duas torcidas conhecem tão bem. Mas quando chegar a hora de entrar em uma nova era, desejo a ambos um proprietário com o perfil daquele que acaba de adquirir o Bragantino. Ter um dono que dê à performance a mesma importância do lucro será fundamental para manter torcidas felizes.