O discurso da presidente afastada Dilma Rousseff no julgamento do impeachment não acrescentou muita coisa
O discurso da presidente afastada Dilma Rousseff no julgamento do impeachment não acrescentou muita coisa. A presidente insistiu na tese do “golpe”, acabou sendo evasiva em várias respostas, adotando um tom de quem já admite a derrota. Dilma somente saiu do script e ficou com os olhos marejados ao relembrar o período em que foi presa e torturada. A proposta de um plebiscito para que a população decidisse sobre a antecipação das eleições presidenciais ficou de fora. Nada muda A rigor, a presença no Senado de Dilma, do ex-presidente Lula e de convidados como o cantor e compositor Chico Buarque, não altera os rumos do processo de impeachment. Ela reencontrou seu adversário nas urnas, Aécio Neves, e mostrou irritação com alguns senadores, especialmente José Aníbal (PSDB-SP). Porém, a sensação em Brasília é que o destino da petista já está traçado e que sua defesa é uma mera formalidade. a frase "Confesso que não tive tempo de ouvir (o discurso de Dilma). Fiquei trabalhando em uns despachos e não tive a satisfação de acompanhar o discurso" - Do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), sobre o discurso de Dilma Rousseff no julgamento do impeachment no Senado. De olho A imprensa estrangeira acompanha com bastante atenção o desenrolar do julgamento de Dilma. Seu discurso repercutiu nos jornais e sites mais prestigiados da Europa e EUA, mas para analistas desses veículos o impeachment é dado como certo. A preocupação leva em conta, sobretudo, como o Brasil vai “acordar” após a decisão dos senadores. Rouquidão O interrogatório da presidente afastada tinha previsão de invadir a madrugada de terça. Até as 21h30 desta segunda-feira, 38 senadores haviam feito perguntas a ela, de um total de 49 inscritos. Àquela altura, o cansaço já era visível no plenário. E Dilma já demonstrava certa rouquidão. Temer, não! Antes mesmo que Dilma se pronunciasse, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, tomou a palavra e fez uma observação: “Senhora presidenta, devolvo a palavra à Vossa Excelência, e apenas peço que cinja suas respostas ao seu governo, não ao governo interino, por gentileza”. O presidente do STF não explicou o motivo de ter feito o pedido. Dilma, porém, citou o nome de Temer algumas vezes. A pergunta decisiva No final da sessão do impeachment, prevista para esta quarta-feira, Lewandowski perguntará aos senadores o seguinte: “Cometeu a acusada, a senhora presidente da República, Dilma Vanna Rousseff, os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos junto a instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhes são imputados e deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo de oito anos?” Resultado Após a pergunta, a votação será nominal, via painel eletrônico. Depois o resultado será proclamado. Se ao menos 54 senadores votarem a favor do impeachment, Dilma será definitivamente afastada da Presidência e ficará inelegível por oito anos a partir do fim de 2018, quando se encerraria o seu mandato. Concessão A Artesp manteve a Gran Petro Distribuidora de Combustíveis inabilitada para participar da concorrência pela concessão de cinco aeroportos paulistas, incluindo o Aeroporto dos Amarais. A empresa não apresentou os documentos exigidos pelo edital, que será revisto e republicado em breve. O investimento mínimo ao longo de 30 anos de concessão será de R$ 90,1 milhões. Estão previstas melhorias nos sistemas de pistas, pátios e sinalização, reformas nos terminais de passageiros e ampliações na infraestrutura de hangares.