Este é o título do meu trabalho mais recente que será lançado esta semana
Atribui-se a Nelson Rodrigues a famigerada frase: “seja uma lady na sociedade e uma puta na cama”. Muitas mulheres tentaram e tentam seguir essa regra. Outras se revoltaram e se revoltam contra tal perspectiva, acusando-a de machista e anacrônica. A ideia de funcionar como prostituta na cama é realmente perigosa, exigindo um exemplar exercício de fingimento. A prostituta age como atriz, fingindo gostar de sexo, adorar o parceiro ali presente, elogiando-o abundantemente, sugerindo ter muito tesão por ele e atingir grandes orgasmos por conta de seu extraordinário desempenho de macho... Tudo teatro! Essa polêmica e o contexto dela derivado me inspiraram a escrever um livro. Na próxima quinta, dia 18, às 19h, na Livraria da Vila do Shopping Galleria, ele será lançado. Convido os leitores para o evento. Faremos uma pequena apresentação com debate e depois teremos o tempo de autógrafos. 'A Dama e a Outra' é o título deste meu trabalho mais recente. Trata-se de uma história real, vivida por uma mulher madura, casada e mãe de dois filhos, que se confronta com o marido trazendo à casa uma prostituta. Imaginem uma mulher de ótimo nível econômico e social, empresária bem sucedida, estabelecida no casamento e na família, acompanhando com dedicação os filhos, exemplo característico de uma verdadeira lady, que é envolvida por circunstâncias estressantes e bizarras induzidas por essa atitude do marido. A protagonista lida com essa situação em terrível ambivalência, pois sua salvação implica complicações e dúvidas ao depender de outra mulher, personagem cuja vida tem referências bem opostas. O intenso conflito moral, o antagonismo social e a profunda ambivalência sentimental — amor e desconfiança se enredando reiteradamente —, vivenciados pelas duas e o desfecho inesperado de suas trajetórias são os focos principais do livro. Os dados biográficos, as origens, famílias com ascendentes e descendentes, as histórias da cada uma dessas mulheres mostram vivências radicalmente opostas e, por outro lado, extremamente comuns, semelhantes. A protagonista principal, a “dama”, teve sua identidade mantida em segredo. Ela quer preservar a sua vida, seu casamento e família, permanecendo incógnita sob qualquer demanda. A personagem que faz a “outra” esteve disposta a se abrir, revelar-se amplamente, mas isso levaria inevitavelmente a declarar alguns pontos que facilitariam a revelação da identidade da protagonista. A base do enredo é sustentada essencialmente pela história real, mas não poderíamos fugir de acrescentar alguns tópicos que dão um colorido mais interessante para a leitura. Caros leitores, aguardo-os no lançamento, onde poderemos debater mais profundamente alguns pontos polêmicos.