Milene Moreto ( Cedoc/RAC)
Depois de afirmar que a corrupção é “uma senhora bastante idosa no Brasil”, a presidente Dilma Rousseff debateu ontem seu pacote anticorrupção com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho. Dilma apresentará um conjunto de propostas para tentar acabar com a impunidade do Brasil. A presidente quer ganhar força, apoio e dar uma resposta aos milhares de manifestantes que foram às ruas no último domingo. As propostasDilma deve mandar para o Congresso projetos que incluem a criminalização do caixa dois, julgamento mais rápido de ações que tratam do desvio de dinheiro público e também acelerar a investigação e processos que envolvam autoridades com foro privilegiado. Outra proposta é o confisco de bens adquiridos de forma ilícita por agentes públicos. Integrantes da OAB devem unir forças na tentativa de criar regras mais severas no Brasil. Frase"Eu quero ir tomar um café mas eu tenho medo de cachorro, como é que eu vou fazer, senhor presidente?” (Do vereador de Campinas Carlão do PT, ao criticar a presença dos cães da Guarda Municipal no plenário da Câmara ontem).CampanhaO presidente da Ordem em Campinas, Daniel Blikstein, já adiantou que a OAB lançará um movimento oficial de combate à corrupção de qualquer tipo e em todas as instâncias do poder. Blikstein condenou a prática e disse que o País espera punição à altura para esse tipo de crime. EsquentouAs duas sessões extraordinárias convocadas ontem para votar o projeto que prevê a terceirização em sete áreas do serviço público em Campinas, pela primeira vez, esquentou as discussões na Câmara neste mandato, com direito a manifestantes no plenário e reforço da segurança. RápidosA única movimentação semelhante só ocorreu durante os protestos em 2013, mas não se tratava de aprovação de leis. Incomodados com a gritaria dos manifestantes contrários às OSs, os vereadores aliados trataram de acelerar o processo o quanto puderam e pouco usaram a tribuna para fazer a defesa da proposta. AusênciasDuas ausências foram bastante notadas ontem durante a votação do projeto das organizações sociais. Os vereadores Angelo Barreto (PT) e Gustavo Petta (PCdoB) não participaram das sessões extraordinárias. Barreto enviou um comunicado no qual afirma que estava no seu médico cardiologista e que não pôde comparecer à sessão. Sobre sua saúde, o petista informou que não é nada grave, mas que precisava passar pelo procedimento “inadiável”.Mãe e paiJá no caso do vereador Gustavo Petta, a história foi outra. Correu nos bastidores da Câmara que o vereador não votou a proposta porque seus pais são contrários. Petta não negou. Disse que é isso mesmo, que seus pais são professores e sindicalistas e que antes de votar qualquer proposta conversa com todos os seus apoiadores na busca de um consenso. Como as extraordinárias foram convocadas na segunda-feira à noite, segundo Petta, não houve tempo para debater o projeto com todos que estão ligados a seu mandato. Fecha o open barO vereador de Campinas Luiz Carlos Rossini (PV) quer proibir qualquer festa com open bar na cidade. O projeto também proíbe promoções de bebidas alcoólicas nesses eventos. O parlamentar disse que “está muito preocupado” com a ingestão abusiva de álcool entre os jovens, que resulta em vício, acidentes de trânsito e fatalidades como a que ocorreu recentemente com um estudante de 23 anos, da cidade de Bauru, que morreu após beber várias doses de vodca. A proposta ainda passará pelas comissões antes de ser votada.