Coluna publicada na edição de 16/6/18 do Correio Popular
Nos últimos dez anos, Lionel Messi e Cristiano Ronaldo se revezaram na conquista do prêmio de melhor jogador do mundo. Foram cinco troféus para o argentino e cinco para o português. Nada parecido aconteceu antes. Os dois dominaram o esporte com as camisas de Barcelona, Manchester United e Real Madrid. Mas com os uniformes de suas seleções não conseguiram brilhar na Copa do Mundo, o maior evento esportivo do planeta. Cristiano Ronaldo ao menos ganhou uma Euro, embora tenha tido rendimento decepcionante na primeira fase e se machucado no começo da final contra a França. Embora seja, evidentemente, o mais importante do time, ele não foi protagonista na conquista mais expressiva de Portugal. Messi também carrega nas costas uma Argentina que não conquista títulos há 25 anos. Esteve perto em duas edições da Copa América, mas fracassou de modo tão doloroso pensou em abandonar a seleção. Nos Mundiais, eles não conseguiram brilhar. Cristiano Ronaldo fez ontem, em 90 minutos, os mesmos três gols que conseguiu fazer nas Copas de 2006, 2010 e 2014. A atuação contra a Espanha, espetacular, foi a melhor de sua vida em Mundiais. Ainda assim, ficou no empate. Messi jogou muito bem no Brasil. Conduziu a Argentina à final, que até poderia ter tido um desfecho diferente se Higuain tivesse aproveitado uma boa chance antes de Gotze marcar o gol do título para os alemães. Mas a Argentina seguiu em jejum. Cristiano Ronaldo tem 33 anos. Será um veterano daqui a quatro temporadas. Messi vai fazer 31 no próximo dia 24. Terá 35 na Copa do Catar, que será realizada em novembro em 2022. Falamos de dois gênios e não duvido que sejam capazes de brilhar no final de suas carreiras. Mas é óbvio que ambos terão mais poder de decisão na Rússia do que no Catar. Não vejo Portugal como um candidato ao título, por mais que faça o seu excepcional camisa 7. Já a Argentina, bicampeã e atual vice-campeã, pode ir longe. Com Messi, até tem chances de disputar outra final, mais por sua tradição do que pelo futebol pobre que mostrou nos últimos anos. Mas, para os dois maiores craques de toda uma geração, essa é uma Copa para se fazer história. Se quiserem escrever seus nomes na competição mais importante do esporte que dominam, terão que se superar. Ronaldo já mostrou em Sochi que está a fim de tentar. Bem a fim. Vamos ver o que Messi tem para mostrar ao mundo hoje em Moscou.