A caminho da Série C

Os números não deixam dúvidas: o Guarani caminha a passos largos para mais um rebaixamento à Série C. Os indicativos são fortes em qualquer análise que se faça. Vamos começar pela performance na atual competição. O time é o lanterna, com apenas 13 pontos em 16 rodadas, um aproveitamento pífio de 27,1%. O ataque fez 9 gols e é o pior do campeonato. A defesa levou 17 e pelo menos é a menos vazada entre os quatro times que estão no Z4. Ainda assim, é uma equipe que leva quase dois gols para cada um que consegue marcar. O Guarani também é o pior em número de vitórias. Foram apenas três, sendo que a última delas foi atípica. Contra o Bragantino, o Bugre finalizou uma vez e marcou. O goleiro Klever fez cinco defesas difíceis, viu uma bola bater na sua trave e outras duas passarem muito perto do alvo. Por fim, também é o time com maior número de derrotas e com o segundo pior saldo de gols. Esses números são alarmantes por si só, mas também é possível notar a gravidade da situação olhando para a temporada passada. Em 2018, Paysandu, Sampaio Corrêa, Juventude e Boa foram rebaixados. Na 16ª rodada, apenas o time mineiro tinha menos do que os 13 pontos que o Guarani possui hoje. O Sampaio Corrêa tinha 16 e Paysandu (18) e Juventude (21) estavam com uma campanha bem melhor. Ainda assim, todos foram para a Série C. Na sexta-feira, o Guarani até começou bem contra o Vila Nova. O 1º tempo foi um dos melhores do time no campeonato, mas o goleiro adversário teve grande atuação e o Vila abriu o placar em sua primeira finalização. No 2º, o Guarani caiu muito e, ao invés de poder de reação, mostrou o péssimo futebol que o trouxe a essa situação. Um novo rebaixamento já parece inevitável e realmente será se o clube não admitir todos os seus erros e colocar um plano de ação para tentar mudar esse cenário. O primeiro passo é parar de repetir os mesmos equívocos. O clube está prestes a contratar um volante, posição que não é carente no elenco. E ele disputou apenas um jogo em 2019, o que significa que está completamente sem ritmo, assim como o meia Marquinhos, jogador de qualidade que Roberto Fonseca levou para o banco, mas não teve coragem de utilizar contra o Vila, justamente pela questão física. Quando será que o treinador vai poder escalar os novos “reforços”? O Guarani errou feio na montagem de seu elenco, vive uma guerra política entre dois lados que hoje são antagônicos, mas que já foram parceiros e que possuem um modelo de gestão muito similar. A guerra atrapalha o ambiente, mas seja lá qual for o vencedor da próxima batalha, nada vai mudar. E o Guarani precisa mudar muitas coisas em muitos setores se quiser sair do caminho que percorre a passos largos em direção a mais um rebaixamento.