A comédia do brasileiro Gugu Keller, que tem direção do campineiro Alexandre Reinecke e reúne um elenco de comediantes, inicia temporada no Teatro Amil, do Shopping Iguatemi
Cena de A Banheira: "Tentei fugir do realismo", diz diretor (Marcela Sanches/Divulgaçãoulgação)
O que pode acontecer quando um pai de família leva para casa uma amante inusitada? Ou quando um ladrão aparece na hora errada e prende os dois no banheiro da casa? E se, para completar, descobre-se que a amante é uma parente próxima da mulher traída? A comédia do autor brasileiro Gugu Keller, que tem direção do campineiro Alexandre Reinecke e reúne um elenco de comediantes, inicia temporada no Teatro Amil, do Shopping Iguatemi nesta sexta-feira. A montagem agrega movimento e qualidade ao campo da comédia dramatúrgica brasileira. “Esta é uma comédia nacional de autor — na linha dos dramaturgos Marcos Caruso, Jandira Martini e Juca de Oliveira —, gênero que vem se perdendo num momento em que os comediantes andam escrevendo seus próprios textos”, diz Reinecke. Segundo ele, trata-se de um espetáculo ágil, dinâmico e surpreendente, que se propõe àquilo que sempre deve nortear a verdadeira comédia: incentivar a reflexão por meio do riso. O texto tem uma construção dramatúrgica dos grandes clássicos do Vaudeville, gênero que baseia em temas do cotidiano e se caracteriza pela série de confusões e situações hilárias resultantes de intrigas e equívocos. A direção destaca esse gênero com uma marcação farsesca. “Tentei fugir do realismo, tanto na encenação como no cenário e iluminação. Temos marcações coreografadas, melodramáticas. O cenário segue a mesma linha, a banheira, por exemplo, é vazada, o público vê o que acontece dentro dela”, conta Reinecke. “A ideia foi reforçar a teatralidade do espetáculo e reforçar o trabalho dos atores, um elenco maravilhoso de comediantes”, afirma o diretor, lembrando que já trabalhou anteriormente com a maioria deles. O espetáculo estreou em São Paulo com boa resposta de público e crítica. “A sua linguagem coloquial, além de favorecer o acesso a todas as classes sociais, derruba qualquer preconceito de que a simplicidade não pode conviver com a qualidade”, diz o diretor. Para Reinecke, satirizar a nossa história é, sem dúvida, o modo mais sadio e reconfortante de lidarmos com a complexidade das contradições e com o desgaste do cotidiano.AGENDE-SEO quê: 'A Banheira'Quando: até 2/8; às sextas e sábados, às 21h; e, aos domingos, às 19hOnde: Teatro Amil - Parque D. Pedro Shopping (Av. Guilherme Campos, 500, Santa Genebra, fone: 3756-9890)Quanto: sextas e domingos, de R$ 40,00 a R$ 50,00; sábados, de R$ 40,00 a R$ 60,00