Foram 264 ataques a coletivos até setembro, quase 1 por dia; Guarda Municipal mapeia casos
O transporte público de Campinas registrou uma média de 29 assaltos a ônibus por mês (quase um por dia) nos nove primeiros dias deste ano, quando foram registrados 264 casos e um prejuízo de cerca de R$ 21,3 mil às empresas que atuam no setor. Os bairros com maior incidência desse tipo de crime são o Jardim Itatinga, Parque Oziel, Campo Belo e Jardim São Marcos.Por causa da série de assaltos, a Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas (Transurc) investe no uso dos cartões de Bilhete Único para reduzir a circulação de dinheiro nos veículos. “Desenvolvemos uma série de ações para que cada vez menos dinheiro seja usado”, disse Paulo Barddal, diretor de Comunicação e Marketing da Transurc.MedoMais que os prejuízos materiais, os roubos causam traumas tanto em passageiros quanto em motoristas e cobradores. “Eu rezo toda vez que entro no ônibus, já presenciei muito assalto aqui. E os bandidos são sempre violentos, costumam agredir o cobrador. É horrível”, conta a cozinheira Evelena Teixeira.Segundo ela, muitas vezes os bandidos não roubam apenas o dinheiro das empresas. “Eles aproveitam para levar celular e dinheiro dos passageiros. Eu mesma fui roubada umas duas vezes”, afirma. Uma cobradora, que pediu para não ser identificada, conta que já foi vítima dos bandidos e ficou traumatizada. “Eu não apanhei, mas fui muito ameaçada e para roubar pouco dinheiro”, afirma.O medo de assaltos faz com que muitos campineiros evitem deslocamentos de ônibus no período da noite. A técnica em enfermagem Fabiano Oliveira, moradora da região do Jardim Itatinga, só usa o transporte coletivo pela manhã. “Como eu tenho carro, de noite não saio de ônibus”, afirma.Na região do Campo Belo, o número de assaltos também é grande. “Moro lá e sei, tem muito assalto aos ônibus. Eu tenho pena dos motoristas, que ficam sempre na mira dos bandidos”, comenta o aposentado Henrique Ferreira, que usa o transporte coletivo diariamente. Conforme o diretor de Comunicação da Transurc, todos os roubos são registrados na polícia e os dados referentes aos assaltos são encaminhados às autoridades policiais. PatrulhamentoA Guarda Municipal informou que os dados recebidos sobre ataques a ônibus municipais são disponibilizados no sistema de georreferenciamento e ajudam a compor o mapa da criminalidade no município. As informações servem, segundo a corporação, para distribuir o efetivo dos guardas e intensificar as ações de patrulhamento nos locais mais afetados pelo problema.A Polícia Militar (PM) informou que os batalhões da cidade executam operações planejadas, intensificando o policiamento em determinados locais e horários. Nas ações preventivas, os policiais realizam revista pessoal nos passageiros do transporte coletivos.