EM HORTOLÂNDIA

Homem é preso ao fingir ser policial com arma de brinquedo

Impostor que trabalha como motorista de app ameaçou uma mulher que passeava com seus cães

Alenita Ramirez/ [email protected]
29/03/2024 às 09:45.
Atualizado em 29/03/2024 às 09:45
Arma de brinquedo e distintivo falso da Polícia Civil utilizados pelo falso policial em suas abordagens (Divulgação)

Arma de brinquedo e distintivo falso da Polícia Civil utilizados pelo falso policial em suas abordagens (Divulgação)

Um motorista de transporte por aplicativo, de 26 anos, exibindo uma devoção fanática à profissão policial civil, utilizou uma arma de brinquedo e um distintivo falso da corporação para ameaçar uma bióloga de 33 anos, enquanto ela passeava com seus dois cães em uma área pública em Hortolândia. Ele erroneamente interpretou que a moça estava abandonando os animais na via e, tomado pela indignação, recorreu aos artefatos para impor sua suposta autoridade. No entanto, a vítima, filha de um guarda municipal aposentado, estava familiarizada com os procedimentos de abordagem policial. Ela prontamente alertou a GM local, que iniciou um monitoramento e conseguiu localizar e deter o veículo do agressor na noite de quarta-feira (27). Na posse do suspeito, foi encontrado o distintivo pendurado em seu pescoço e a arma falsa guardada no porta-luvas, com o emblema indicando ser de investigador.

A abordagem ao motorista ocorreu cerca de 22h30 na Avenida Olívio Franceschini, após o Centro de Monitoramento da Guarda Municipal registrar a entrada do veículo, um Fiat Mobi, na cidade. O motorista de aplicativo é residente em Monte Mor.

A GM foi informada sobre o episódio envolvendo o falso investigador na noite de terça-feira pela bióloga, que é filha de um GM aposentado. Ela relatou aos patrulheiros que, enquanto colocava seus cães no banco traseiro de seu veículo na Avenida Jacuba, para retornar para casa, foi abordada pelo suspeito, que se aproximou dela de forma intimidadora.

Assustada, a bióloga acelerou seu carro ao perceber que estava sendo perseguida pelo motorista de aplicativo. Ele, através da janela do veículo, insistia em se declarar como policial civil, apontando uma arma em sua direção e ordenando-a a parar. "Ela argumentou que o veículo dele não tinha as características de uma viatura policial e que não pararia, pois sabia que as abordagens policiais não ocorrem dessa maneira. Ela suspeitava que ele pudesse ser um criminoso tentando assaltá-la", relatou o GM Fábio Frank Freire Rosa, um dos responsáveis pela detenção do motorista.

Durante essa perseguição, outro motorista de transporte por aplicativo, que também trafegava na mesma avenida, testemunhou o fato e tentou alertar a bióloga, argumentando que deveria obedecer à ordem, visto que provinha de um suposto policial.

A intervenção do segundo motorista intensificou o temor da bióloga, pois interpretou a situação como um assalto, acreditando que o outro condutor estava colaborando com o suspeito que portava o distintivo e a arma. "Eu acelerei o carro e ele (o falso policial), me ultrapassou e me fechou. Falei que se ele fosse policial aquela não era uma forma correta de abordagem", relatou a vítima, acrescentando que o motorista a advertiu a "tomar cuidado".

Após ser detido pelos guardas no dia seguinte ao incidente, o motorista de aplicativo negou as acusações de ameaçar a vítima, alegando apenas ter expressado sua indignação ao acreditar que ela estava abandonando os animais e decidiu confrontá-la.

Na ocasião da abordagem, o motorista estava conduzindo três passageiros, e foi conduzido à delegacia onde foi identificado pela vítima. O indivíduo será processado em liberdade por ameaça e contravenção.

No dia do incidente, após a denúncia da vítima, a Polícia Militar (PM) conseguiu deter o outro motorista. No entanto, ele alegou que simplesmente testemunhou a abordagem e, ao ver o distintivo, presumiu tratar-se de um policial civil, razão pela qual aconselhou a motorista a obedecer à suposta ordem.

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