A vacina é trivalente, oferecendo proteção contra os principais vírus em circulação no Brasil; estimativa é de que aproximadamente 75 milhões de pessoas em todo o país sejam imunizadas (Rodrigo Zanotto)
O Ministério da Saúde antecipou a campanha de vacinação contra a gripe para a próxima segunda-feira, dia 25, devido ao aumento da circulação de vírus respiratórios pelo país. A distribuição do imunizante teve início na última quarta-feira para as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Em Campinas, a primeira remessa conta com 53 mil doses, destinadas à imunização dos grupos prioritários, em todos os 68 centros de saúde. A meta estabelecida pela Secretaria de Saúde da cidade é alcançar uma cobertura de 90% para cada grupo. No caso das crianças que recebem a vacina pela primeira vez, são necessárias duas doses, com um intervalo de 30 dias.
A vacinação visa prevenir contra os vírus que normalmente começam a circular nos meses de maio, junho e julho, conforme explicou a secretária nacional de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel. No entanto, devido à antecipação da circulação de vírus respiratórios observada desde o ano passado, a campanha foi antecipada para proteger a população, especialmente os idosos, gestantes, profissionais de saúde, educação e outros grupos elegíveis, garantindo uma proteção antes da chegada do inverno.
A vacina é trivalente, oferecendo proteção contra os principais vírus em circulação no Brasil, sendo estimado que 75 milhões de pessoas em todo o país sejam imunizadas. O Ministério da Saúde enfatizou que a vacina contra a gripe pode ser administrada simultaneamente a outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação.
Em Campinas, os centros de saúde receberam as doses do imunizante no dia 22, com a campanha programada para ocorrer até 31 de maio. Nesta primeira etapa, os grupos prioritários incluem idosos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde e educação, crianças de 6 meses a 5 anos, pessoas com deficiência permanente, comorbidades, caminhoneiros, trabalhadores do transporte rodoviário coletivo, trabalhadores portuários, povos indígenas, população em situação de rua, profissionais das forças de segurança e salvamento, população do sistema de privação de liberdade e população privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).
As salas de vacinação atenderão o público conforme o horário de funcionamento de cada Centro de Saúde. A coordenadora do Programa de Imunização Municipal, Chaúla Vizelli, ressaltou que a vacina é segura e protege contra os principais vírus da gripe em circulação: o influenza A (H1N1), influenza A (H3N2) e o vírus influenza B. Ela fez um apelo para que a população se imunize para evitar complicações pela infecção que podem resultar em internações ou morte. "A vacina é segura e ajuda a preservar vidas. Sabemos que a maioria das pessoas que acabam internadas são as que deixaram de se imunizar, por isso, é muito importante que a população incentive a cultura de vacinação para se proteger e evitar sobrecarga na rede de saúde. A vacina também pode ser tomada de forma simultânea com outros imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação, caso seja preciso atualizar a caderneta", explicou.
No ano passado, os índices de cobertura para os grupos mais populosos foram 84% em idosos; 47%, crianças na faixa entre 6 meses e 5 anos; 53%, gestantes, 78%, puérperas; e 49%, trabalhadores da saúde 47%. A pasta municipal também informou que não é preciso realizar agendamento para receber a vacina contra a gripe e orienta a população a apresentar documento de identidade com foto. Além disso, é recomendado levar a caderneta de vacinação, se tiver.
NOVIDADES NA CAMPANHA
Nesta campanha em Campinas, a Secretaria de Saúde fará registro nominal de quem recebeu a dose. De acordo com Chaúla, a mudança vai garantir um processo mais qualitativo, além da rastreabilidade dos dados.
"Até o ano passado os dados eram somente consolidados, ou seja, a gente marcava o número de pessoas vacinadas no dia, semana e ao longo da campanha. Agora, o registro da campanha de vacinação contra a gripe é qualitativo e a vantagem é justamente ter uma rastreabilidade maior, mais confiabilidade, transparência e ter todo o histórico da pessoa no sistema. E a gente consegue aproveitar a oportunidade vacinal para verificar o esquema e fazer a atualização de outras doses caso elas sejam necessárias", falou a coordenadora.
REGIÃO
Outras cidades da Região Metropolitana de Campinas também já divulgaram que iniciam a campanha a partir de segunda-feira. Em Americana, a vacina estará disponível aos grupos prioritários em todas as unidades básicas de saúde do município, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica da cidade, este ano a campanha será parecida com a da vacinação contra a covid-19. Ou seja, vai ser obrigatório apresentar documento pessoal, CPF ou Cartão SUS, além de documento que comprove pertencer ao grupo elegível.
Em Valinhos, a previsão é aplicar cerca de 46 mil doses em pessoas de grupos prioritário, ou seja, 90% do púbico alvo nesta fase segundo informações da Secretaria da Saúde do município. A imunização ocorrerá em 14 Unidades Básicas de Saúde (UBS's), de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h, e das 13h às 15h, com exceção da UBS Vila Santana, que aplicará vacinas no período das 9h às 15h, e das UBSs Bom Retiro, Jardim São Marcos e Jardim Paraíso, que também atenderão sem intervalo, das 9h às 18h. A Secretaria da Saúde local também promoverá o Dia D de Vacinação no dia 13 de abril, na UBS da Vila Santana, das 8h às 17h.
MULTIVACINAÇÃO
Campinas aderiu à Campanha de Multivacinação do Estado de São Paulo com foco nas doenças preveníveis nas escolas públicas de ensino infantil. O objetivo é ampliar a cobertura vacinal das crianças de até 5 anos matriculadas na rede municipal. A informação é da assessoria de imprensa da Prefeitura da cidade.
Essa semana, a Secretaria de Saúde começou a fazer um cruzamento de dados da Pasta e da Secretaria de Educação, considerando-se novas matrículas em 2024 e eventuais mudanças entre centros de educação infantil (CEIs) para descobrir onde há crianças com cadernetas incompletas conforme esquema definido pelo Calendário Vacinal. No ano passado foi realizado uma série de ações de vacinação em pelo menos 60 escolas.
"Em virtude dos esforços concentrados das equipes de saúde na epidemia de dengue, não faremos neste primeiro momento uma ação de vacinação direta nas escolas. Mas vamos fazer uma busca ativa e analisar em quais unidades de ensino há mais crianças faltosas, com esquemas incompletos, para pedir que elas enviem comunicados sobre a situação aos pais e responsáveis, e entrem em contato com eles", explicou a coordenadora do Programa de Imunização de Campinas, Chaúla Vizelli.
A campanha tem propósito de atualizar a cobertura para as doses contra: poliomielite, meningocóccica C conjugada, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), febre amarela, pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae B), HPV (entre 9 e 14 anos), meningocócica ACWY e covid-19.
"Os centros de saúde têm doses disponíveis e as salas de vacinação funcionam normalmente, conforme horário de cada unidade básica", disse Chaúla, ao ressaltar que adultos também podem colocar as cadernetas em dia, caso seja necessário. Os índices de cobertura em 2023 ficaram entre 80,4% e 102,2% - neste caso inclui crianças de outras cidades imunizadas em Campinas.
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