PROGRAME-SE

Lô Borges apresenta em Campinas o álbum indicado ao Grammy Latino

‘Não me espere na Estação’ é o mais recente trabalho do compositor mineiro que se apresenta no Sesc Campinas

Cibele Vieira/ [email protected]
18/04/2024 às 08:57.
Atualizado em 18/04/2024 às 08:57
Durante o show de hoje no Sesc Campinas, o cantor e compositor Lô Borges vai mesclar as 10 músicas do álbum indicado ao Grammy Latino com sucessos de seus 50 anos de carreira (Joao-Diniz)

Durante o show de hoje no Sesc Campinas, o cantor e compositor Lô Borges vai mesclar as 10 músicas do álbum indicado ao Grammy Latino com sucessos de seus 50 anos de carreira (Joao-Diniz)

As canções inéditas do álbum lançado no ano passado e indicado ao Grammy Latino 2023 na categoria Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa estão no repertório de 90 minutos do show que Lô Borges traz a Campinas nesta quinta-feira (18), no Sesc. As dez músicas foram compostas por ele na guitarra, uma das novidades desse trabalho, mas vêm mescladas durante a apresentação com os sucessos de seus mais de 50 anos de carreira. No palco, ele é acompanhado por Henrique Matheus (guitarra), Thiago Corrêa (baixo), Robinson Matos (bateria) e Felipe D’Ângelo (teclados).

As composições de “Não me espere na Estação” foram feitas em parceria com o músico e artista plástico mineiro César Maurício, ex-integrante das bandas Virna Lisi e Radar Tantã.

Este é o quinto disco lançado em sequência por Lô Borges, que se define como um compositor compulsivo. Em 2019, foi “Rio da Lua”, com letras de Nelson Ângelo; em 2020 foi “Dínamo”, com letras de Makely Ka; em 2021, “Muito além do fim”, com letras de Márcio Borges; em 2022, “Chama viva”, com letras de Patrícia Maês e, em 2023, “Não me espere na Estação”. Nesse trabalho com dez músicas inéditas compostas pelo artista mineiro na guitarra, nove foram letradas com versos escritos por César Maurício, com exceção do tema instrumental Setentones.

O artista contou que o álbum atual “tem duas canções mais palatáveis, que são baladas, e o resto é melodia torta, com harmonia torta, tudo meio surpresa”. Ele garante que é o primeiro a se surpreender com suas criações. Entre pedais e efeitos de guitarra, as músicas inéditas do show são “Brilho do entardecer”, “Constelação”, “Lembrei sem lembrar”, “Por onde”, “Flutuar”, “Retina”, “Nona”, “Invente-me outra vez” e “Setentones”.

O trabalho, que já está disponível nas plataformas digitais de música, vem sendo celebrado por fãs como um disco urbano e cosmopolita, com canções arrebatadoras e de pulsação pujante.

Salomão Borges Filho, mais conhecido como Lô Borges, é mineiro de Belo Horizonte, tem 72 anos e foi um dos fundadores do Clube da Esquina, grupo de artistas mineiros que marcou presença na música popular nas décadas de 1970 e 1980. É coautor, junto com Milton Nascimento, do disco Clube da Esquina, de 1972, que se tornou um marco na música popular brasileira.

COMPOSITOR COMPULSIVO

Em entrevista durante o lançamento, no ano passado, Lô Borges e César Maurício contaram que quebraram a cabeça para dar um nome ao álbum atual, mas foi um amigo, músico paulista, quem batizou o disco em uma conversa com o artista. “Ele me disse: ‘Lô, escutei o disco, ele é muito diferente. Você está tipo ‘não me espere na estação’. Quando a gente pensa que você está numa estação, você já partiu para outra”, conta o compositor.

Para este ano, ele já planeja o lançamento do novo álbum “A Estrada”, que nasceu a partir dos toques de Lô na viola caipira. As letras são do irmão e par frequente, Márcio Borges.

O artista ressalta que, há cinco anos, vem fazendo um disco atrás do outro. “Não consigo parar de compor e componho bem rápido. Se levo mais do que 40 minutos para fazer uma música, paro de tocar na hora. Só no outro dia é que volto, mesmo assim tocando outra coisa. Aprendi a fazer música com agilidade. Na verdade, não gosto de ficar dois, três dias ou uma semana em cima de uma melodia”, relata. Ele comenta que a inspiração sempre o acompanha, continua se sentindo motivado para compor. “Para mim, isso é o sentido de minha vida”, repete com frequência.

A música, para Lô, além de envolver um fascínio, é também uma necessidade. Ele tem comentado: “gosto de tudo que está envolvido com música, mas, para mim, o foco é a composição. Preciso compor, assim como preciso me alimentar, tomar banho, beber um vinho, encontrar com meu filho Luca e com amigos e amigas”. O ato de compor, segundo o artista, é algo natural em seu cotidiano. Desde 2019, só compõe de 10 em 10 canções e explica: “não consigo mais fazer apenas uma música. Cada melodia é um projeto, enfim, um disco diferente”.

A relevância de Lô Borges para a música brasileira é indiscutível. Sua musicalidade, suas composições poéticas, sua complexidade melódica e sua influência na cena são fundamentais para entender a história da música brasileira e sua evolução ao longo das décadas. Ativo e muito produtivo, o artista está em plena forma vocal e fez do espetáculo um verdadeiro deleite para os fãs ávidos por clássicos, mas também um grande espetáculo para ouvidos dedicados às novas composições do artista.

PROGRAME-SE

Show ‘Não me Espere na Estação’

Quando: quinta-feira, dia 18, às 20h

Onde: Galpão Multiuso do Sesc Rua Dom José I, nº 270/333, Bonfim

Ingressos: R$ 12 (credencial plena), R$ 20 (meia), R$ 40 (inteira)

Informações: Tel. (19) 3737 1500 Instagram @sescspcampinas - @loborgesoficial

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por