MÚSICA

Campineiro recebe ‘Prêmio Cultura’ de Portugal

O músico Amyr Cantúsio, que desde o início da década de 1970 se dedica à música erudita e ao rock, é conhecido por remasterizar gravações raras do mundo todo

Da Redação/ [email protected]
16/04/2024 às 17:22.
Atualizado em 16/04/2024 às 17:22
Amyr Cantúsio tem se se dedicado ao trabalho de remasterização com bandas nacionais dos anos 70 (como Mutantes, Terço, Terreno Baldio, Módulo 1000, Veludo) e outras como Beatles, Led Zeppelin, Pink Floyd, Black Sabbath (Cathia Cantúsio)

Amyr Cantúsio tem se se dedicado ao trabalho de remasterização com bandas nacionais dos anos 70 (como Mutantes, Terço, Terreno Baldio, Módulo 1000, Veludo) e outras como Beatles, Led Zeppelin, Pink Floyd, Black Sabbath (Cathia Cantúsio)

Pianista, compositor, pesquisador em Neurociências no setor musical, produtor cultural, letrista, tecladista e atualmente fazendo luthieria de pianos acústicos. Estas são apenas algumas das atividades desenvolvidas pelo músico campineiro Amyr Cantúsio. Inquieto e inconformado, está sempre em busca do melhor som, seja na afinação e recuperação de um piano, seja na remasterização de uma gravação antiga. Este seu trabalho acaba de ser reconhecido em Portugal, com a entrega do certificado “Prêmio Cultura”, que ele recebeu da “Revista Poetura & Jornal Cultura” por sua contribuição na difusão da música lusófona (comunidade formada pelos povos e nações que compartilham a língua e cultura portuguesas).

Amyr conta que o músico português Luis Roxo foi o responsável pela concessão do Prêmio Cultura em Portugal. Eles se conhecem há muito tempo e já trabalharam juntos nos vocais em uma das músicas de Roxo. “Ele tem um projeto em TV Net lá na Europa, além de ser realizador de livros e produtor literário e musical, e é fã de meu trabalho musical de longa data. Foi uma surpresa agradável receber a homenagem”, relata o músico. Mas complementa que já recebeu outras homenagens similares da Itália, Canadá, EUA e Alemanha, além do Japão e México.

Amyr conta que já gravou mais de 70 CDS, fez participações em bandas do mundo todo, tanto na área do rock quanto na música erudita de vanguarda, área na qual possui extensão pela Unicamp. Ao falar sobre seu trabalho, ele relembra que “remonta 1974 (Spectro) com a gravação de uma fita de rolo que seria o primeiro LP de Rock Progressivo de Campinas e região. “Mas não se tornou LP porque o produtor na época da WEA faleceu. Assim, só fui gravar o primeiro LP em 1983 como Alpha III Project, mas com faixas diferentes das programadas como Spectro. Algumas no mesmo estilo, outras mais na linha dos Mutantes anos 60, com uma roupagem New Wave da época em algumas músicas”, conta. O LP saiu pela Polygram como independente.

E foi assim que ele estreou a carreira em LPs. “O disco vendeu bem na Alemanha, USA, Itália e Japão, além do Brasil. O que me empurrou a realizar um LP (vinil) por ano na década de 80 (são 7 LPS até 1990)”, afirma.

Depois, estreou em CD com um convite na Itália (Milão/Sanremo) com o selo Mellow Records, segundo ele, “o único brasileiro neste selo”. Lançou, então, o CD “Voyage to Ixtlan”, baseado na obra de Carlos Castañeda, e percebeu uma boa recepção à sua música, tendo conquistado vários prêmios, como melhor Projeto Sul-Americano e campeão em votos por três vezes como Melhor Tecladista do mundo dentro dessa área específica de música.

Mas seu trabalho tem também um foco bem nacional, com a remasterização de nove óperas e várias gravações raras de Carlos Gomes, que ele pesquisou em várias partes do mundo. Esse trabalho ele fez voluntariamente, por admiração ao compositor campineiro, e disponibilizou gratuitamente em MP3 de qualidade no Youtube, no canal “Carlos Gomes Operas Remaster”.

QUALIDADE EM ALGORÍTIMOS

O músico conta que começou a pesquisa em I.A. (algoritmos) em 2015, e desenvolveu um sistema de três programas conjuntos, que possibilitaram ir além da remasterização comum. “A diferença é que sou um músico de vanguarda, sou rebelde, não respeito regras obsoletas que são repetitivas e, com isso, fui à frente com melhores resultados. Eu escolho as obras que acho relevantes e em qualidade ruim – e também aceito pedidos de bandas e músicos que tem trabalhos que exigem melhorias, aperfeiçoamentos e remasters - além de resgate de obras que creio ser fundamentais da Cultura Global”, comenta.

Atualmente Amyr tem se dedicado a esse trabalho com bandas nacionais dos anos 70 (como Mutantes, Terço, Terreno Baldio, Módulo 1000, Veludo), outras dos anos 80 (como Wejah, Trem do Futuro, Tau Ceti,Alpha III, São Quixote) e outras como Beatles, Led Zeppelin, Pink Floyd, Black Sabbath, dezenas de rock progressivo e eletrônico europeias, dezenas de projetos de Vanguarda que em parte também estão disponíveis em seu Youtube em pastas como CDs Raros Remasterizados.

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