MOBILIZAÇÃO ESPECIAL

Defesa Civil prorroga Operação Chuvas de Verão

Medida foi definida por ‘precaução’; estratégia continua até dia 15 de abril

Daniel Rocha/ [email protected]
29/03/2024 às 09:28.
Atualizado em 29/03/2024 às 09:28
Operação abrange um conjunto de ações para reduzir riscos de desastres; 95 árvores caíram no município entre dezembro de 2023 e março de 2024 (Alessandro Torres)

Operação abrange um conjunto de ações para reduzir riscos de desastres; 95 árvores caíram no município entre dezembro de 2023 e março de 2024 (Alessandro Torres)

A Comissão Executiva da Operação Chuvas de Verão 2023/2024 do Estado de São Paulo decidiu, nesta quinta-feira, dia 28, prorrogá-la até o dia 15 de abril. A deliberação foi anunciada durante reunião on-line e tomada por precaução em virtude das previsões meteorológicas para o Estado na próxima quinzena.

O exercício, que agrega um conjunto de medidas para a redução dos riscos de desastres, como vistorias preventivas e monitoramento de áreas de risco de enchentes, tem como objetivo minimizar as consequências das chuvas fortes e dos temporais típicos da estação mais quente do ano.

De acordo com o coordenador regional e diretor do Departamento de Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, uma comissão executiva formada por membros de todas as regionais do órgão se reúne todos os anos para a realização de uma avaliação técnica de meteorologia. Ele afirmou que “como ainda há previsão de chuvas para os próximos dias, nem tanto para Campinas e região, mas sim para o Vale do Paraíba e Litoral Norte, que já passaram por dificuldades recentemente, por cautela, a operação foi prorrogada até o próximo dia 15, como já havia acontecido no ano passado”.

Sidnei reforçou que o motivo da prorrogação não é necessariamente a possibilidade de tempestades, mas o acumulado de chuvas. "Além disso, tem um feriado agora, então foi mais por uma questão de precaução mesmo.”

DADOS

Em Campinas, as ações são conduzidas por um comitê gestor que agrega várias secretarias e órgãos municipais sob o comando da Defesa Civil. Em reunião realizada nesta última quarta-feira, dia 27, a entidade apresentou um levantamento concebido com dados coletados entre dezembro do ano passado e a última segunda-feira, dia 25, que apontou o registro de 1.243 ocorrências recebidas através do 199 da Defesa Civil, registrando, até o final de fevereiro, 8.522 ligações.

Entre os principais incidentes apontados estão a queda de 95 árvores e 58 galhos, bem como 62 alagamentos em imóveis e vias públicas. Além disso, foram realizadas 34 vistorias preventivas e 33 campanhas educativas com a distribuição de 7.800 folhetos informativos.

O maior índice de chuva registrado no período foi de 92,4 milímetros, captados na estação Jardim das Bandeiras, em janeiro. A maior média mensal foi registrada em dezembro, com 324,1 milímetros, sendo que o esperado para o mês eram 209,1 milímetros. Até o momento, os índices pluviométricos dos demais meses da operação ficaram abaixo da média.

No mesmo período, o município entrou em estado de atenção dezoito vezes pelo volume de chuva e vinte pelo registro de altas temperaturas, sendo que 8 de janeiro foi o dia mais quente, com a temperatura de 35,5 °C

NOVIDADES

Um novo radar meteorológico, equipamento inédito na região e resultado de um trabalho realizado entre a Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp), os prefeitos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), promete garantir mais precisão e agilidade na previsão de possíveis eventos extremos. A expectativa é que para a próxima Operação Chuvas de Verão ele já esteja em pleno funcionamento. Na atualidade, dois outros radares são utilizados, um em Bauru e outro em Salesópolis.

Além disso, segundo Furtado, Campinas e outras quatorze cidades da região estão instalando os seus próprios Centros de Coordenação de Emergência (COI’s), salas de reuniões integradas ao radar, com espaço para discutir diversos temas importantes, como combate à dengue, problemas referentes a chuvas e estiagem e quaisquer outros assuntos de caráter emergencial.

“Quando o radar estiver em funcionamento e o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (CEPAGRI) tiver que fazer alguma reunião virtual, a ideia é que isso já esteja em funcionamento. Ano passado a gente teve uma situação de emergência e fazia vinte anos que Campinas não tinha um decreto desse tipo para as chuvas. Este ano foi diferente. Choveu dentro da média e não houve nenhum óbito, mas a preocupação era com a possibilidade de chuvas excessivas em curto prazo. É por esse tipo de situação que tanto o radar quanto os COI’s, integrando um sistema, vão nos ajudar muito”, finalizou o diretor da Defesa Civil.

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