Vendedor Gabriel Jesus, de 23 anos, espera vender mais guarda-chuvas (Rodrigo Zanotto)
Uma frente fria que chega a Campinas nesta terça-feira (13) deve alterar o cenáriºo da cidade com previsão de chuvas e queda nas temperaturas. De acordo com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), as temperaturas mínimas devem ficar abaixo dos 15ºC, com máximas encostando nos 20ºC. No sábado, a previsão é de que a mínima chegue a 9ºC, a segunda menor do ano. Os meteorologistas dizem, no entanto, que a temperatura pode ser ainda menor do que o previsto.
A estimativa é de que o frio venha acompanhado por chuvas constantes e nebulosidade durante toda a semana. Com a chegada das baixas temperaturas, comerciantes da região central já estão se preparando para alavancar as vendas de vestuários, acessórios e alimentos voltados à temporada fria. Nas ruas o cenário começa a mudar paulatinamente com pessoas agasalhadas e alteração na vegetação.
Segundo o meteorologista e pesquisador do Cepagri, Bruno Bainy, a frente fria deve se intensificar ainda mais no fim de semana em razão do desenvolvimento de um sistema de baixa pressão no litoral paulista. “É uma frente fria que já está atuando no Paraná e em São Paulo, adentrando o território cada vez mais nos próximos dias. Entre quinta e sexta-feira, o desenvolvimento de um novo sistema de baixa pressão entre os litorais dos dois estados vai permitir que essa frente fria finalmente avance, deixando São Paulo, o que será seguido pela entrada de ar frio de origem polar, reduzindo ainda mais as temperaturas”.
A partir desta terça-feira, a redução das temperaturas está mais atribuída à nebulosidade e chuva. Já entre amanhã e quinta-feira, a temperatura fica amena em razão da massa de ar polar. Em termos de volume, a maior precipitação deve ser registrada amanhã, quando são esperados 15mm. Nos demais dias, a cidade deve ser atingida por chuva leve e constante.
Com os indicativos, comerciantes se mostram animados para alavancar as vendas de produtos que protegem da ‘friaca’. O vendedor Gabriel Jesus, de 23 anos, trabalha em uma loja de presentes na Rua 13 de Maio. Com a chegada dos dias chuvosos, ele espera vender mais guarda-chuvas. “Nos dias de chuva, os guarda-chuvas e sombrinhas são os produtos mais vendidos. Já teve dia chuvoso em que vendemos apenas guarda-chuvas. Nesta época a gente acaba pegando mais peças do fornecedor para atender a demanda”, conta o jovem, mostrando as diferentes opções do acessório. Nos dias de chuva, a loja vende uma média de 50 unidades. O valor varia entre R$ 20 e R$ 60.
A empolgação também tomou conta da comerciante Maria Ranaiele Oliveira, de 30 anos, que lotou os cabides de sua loja de roupas de inverno. Luvas, toucas, calças e blusas tomam o estabelecimento, que até dias atrás enfatizava as roupas de verão. “As vendas dos agasalhos aumentam 70%. Por isso, quando a gente vai notando que a temperatura está baixando, já tiramos de cena as roupas de calor e pegamos mais de frio”, conta Maria.
Empolgação também no setor alimentício. Em um café na Rua Barão de Jaguara a gerente espera aumentar a média diária nas vendas do tradicional cafezinho. Durante o calor, são vendidas cerca de 2 mil xícaras diárias. No frio, o número salta para mais de 3 mil. “O frio é uma data que remete a conforto e aconchego. Naturalmente as pessoas começam a consumir coisas mais quentes, e nós sentimos um aumento de 50%, aproximadamente, em todas as bebidas quentes. Além do café, o capuccino, o pingado e o chocolate são os queridinhos”, diz Narcisia Marques, de 63 anos.
As temperaturas devem voltar a subir na metade da próxima semana, quando a massa de ar perde força na região
